Um novo tipo de aplicação está chamando a atenção dos investidores brasileiros: as LCDs (Letras de Crédito do Desenvolvimento). Com liquidez diária, isenção de imposto de renda e garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), elas combinam o melhor das LCIs e LCAs com a praticidade dos CDBs de resgate imediato — e prometem transformar a forma de investir no curto prazo.
O que são as LCDs e como funcionam
As LCDs funcionam de maneira semelhante às LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), mas são emitidas por bancos de desenvolvimento, como o BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e o BNDES.
Esses bancos captam recursos para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento econômico, permitindo que o investidor ajude a fomentar o crescimento do país ao mesmo tempo em que mantém seu dinheiro rendendo de forma segura.
A grande diferença é a liquidez imediata. Enquanto LCIs e LCAs tradicionais exigem prazos de carência entre 12 e 36 meses, as LCDs permitem resgates a qualquer momento, tornando-se ideais para reservas de emergência e reservas de oportunidade.
Segurança e rentabilidade competitiva
Assim como outros produtos de renda fixa, as LCDs contam com proteção de até R$ 250 mil por instituição e até R$ 1 milhão por CPF garantidos pelo FGC.
Na prática, isso significa que o investidor tem o mesmo nível de segurança que teria ao aplicar em CDBs de bancos sólidos, como os oferecidos por Nubank, Inter e Mercado Pago.
Um exemplo destacado no vídeo da especialista Renata Melo mostra uma LCD do BDMG rendendo 86% do CDI, o que equivale a um CDB de 110% do CDI, considerando a isenção de IR. Essa diferença é relevante especialmente para quem investe a curto prazo, já que os CDBs sofrem tributação regressiva que chega a 22,5% sobre os rendimentos no primeiro mês.
Comparativo: LCD x CDB
Em simulações práticas, uma aplicação de R$ 1.000 rendeu R$ 10,10 em LCD (86% do CDI isento de IR), contra R$ 9,20 líquidos no CDB tradicional de 100% do CDI — mesmo com o rendimento nominal superior.
Somente CDBs acima de 110% do CDI e mantidos por mais de dois anos conseguem superar as LCDs em rentabilidade líquida.
Tipo de investimento | Percentual do CDI | Tributação | Rendimento líquido (mês) |
---|---|---|---|
LCD (BDMG) | 86% | Isento | R$ 10,10 |
CDB (Nubank/Inter) | 100% | 22,5% | R$ 9,20 |
CDB (Sofisa) | 105% | 22,5% | R$ 9,44 |
CDB (Sofisa) | 110% | 22,5% | R$ 9,88 |
Esses números mostram que, para prazos curtos, as LCDs oferecem melhor retorno líquido, aliando isenção fiscal, liquidez e segurança.
Onde investir e como encontrar LCDs
As LCDs estão sendo disponibilizadas gradualmente por bancos e corretoras.
No Banco Inter, por exemplo, já é possível filtrar a opção dentro da aba “Renda Fixa”, selecionando LCD com resgate imediato.
As ofertas mais comuns vêm do BDMG e BNDES, com aplicações iniciais a partir de R$ 1.000, e rentabilidade na faixa de 85% a 90% do CDI.
Vale a pena investir em LCDs?
As LCDs surgem como uma alternativa sólida para quem busca liquidez imediata sem abrir mão de isenção fiscal e proteção do FGC. Elas podem ser usadas tanto para reserva de emergência — aquele dinheiro que precisa estar disponível a qualquer momento — quanto para reserva de oportunidade, voltada a quem deseja aproveitar quedas temporárias de ativos na Bolsa ou em fundos imobiliários.
Contudo, é importante comparar rentabilidades e verificar se há CDBs com percentuais mais altos do CDI, que podem ser mais vantajosos no longo prazo, especialmente para investimentos acima de dois anos.
As Letras de Crédito do Desenvolvimento representam uma inovação na renda fixa brasileira, unindo vantagens fiscais, liquidez e segurança.
Em um cenário de Selic a 15%, elas se tornam uma opção extremamente competitiva frente a CDBs, LCIs e Tesouro Selic — e uma excelente porta de entrada para quem quer investir com tranquilidade e retorno inteligente.
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