A Vale (VALE3) voltou a ser destaque na Bolsa de Valores, com as ações superando o patamar de R$ 60 e acumulando alta consistente desde setembro. O movimento reflete a crescente expectativa de dividendos extraordinários ainda em 2025, diante da melhora operacional e da redução dos investimentos projetados para o próximo ano.
De acordo com analistas de bancos como BTG Pactual, XP Investimentos e BB Investimentos, a mineradora se encontra em um dos momentos mais equilibrados dos últimos trimestres, conciliando geração de caixa robusta, disciplina financeira e forte eficiência operacional.
Resultados e corte de capex reforçam otimismo
A companhia anunciou recentemente um corte no capex previsto para 2025, de US$ 5,9 bilhões para um intervalo entre US$ 5,4 e US$ 5,7 bilhões. A decisão, segundo a empresa, faz parte de uma estratégia de alocação de capital mais eficiente, concentrando esforços em projetos de maior retorno e mantendo a sustentabilidade financeira de longo prazo.
Essa redução de investimentos — somada à recuperação dos preços do minério de ferro e à melhora nas margens operacionais — abre espaço para um novo ciclo de distribuição de lucros. O BTG Pactual estima que a Vale possa liberar dividendos adicionais entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão neste exercício.
“A combinação de preços firmes de commodities e menor nível de investimentos deve gerar fluxo de caixa consistente e espaço para proventos extraordinários”, aponta o relatório do BTG.
Projeções e recomendações de mercado
O BB Investimentos elevou o preço-alvo de VALE3 de R$ 65 para R$ 68, reforçando recomendação de compra. Segundo o banco, a empresa colhe os frutos de uma fase de eficiência operacional, redução de custos e melhoria no portfólio de produtos, especialmente com novas linhas premium como o Carajás e o Pellet Feed destinado ao mercado chinês.
Já o BTG Pactual adota postura mais cautelosa, mantendo recomendação neutra diante do atual valuation, mas reconhecendo que a Vale continua entre as ações mais lucrativas do Ibovespa.
O banco projeta fluxo de caixa livre ajustado entre US$ 15 e 16 bilhões, suficiente para sustentar dividendos robustos e recompras de ações.
Por sua vez, o Itaú BBA destaca que a mineradora tem “margem para devolver capital aos acionistas”, seja via dividendos extraordinários ou programas de recompra — estratégia que, na prática, valoriza as ações em circulação.
Histórico e perspectivas de pagamentos
Nos últimos anos, a Vale tem mantido dividend yield médio entre 7% e 10%, alternando entre pagamentos regulares e eventuais distribuições adicionais.
Em 2021, chegou a surpreender o mercado com R$ 8,19 por ação, um dos maiores dividendos já pagos por uma empresa brasileira.
Em 2025, a expectativa é de que a empresa mantenha payout acima de 60%, com dividendo por ação estimado em R$ 5,19, segundo projeção da metodologia Dividendo Preditivo do canal Ativo Virtual. O preço-teto calculado para o papel ficaria entre R$ 64 e R$ 86, dependendo do dividend yield esperado.
Além disso, o calendário corporativo indica que a Vale deve divulgar seu balanço do 3º trimestre em 30 de outubro, após o fechamento do mercado — evento que pode definir o cronograma do próximo pagamento de proventos, previsto para novembro.
Riscos e desafios
Apesar do otimismo, analistas alertam que a cotação atual pode já refletir parte das boas expectativas. Caso o resultado do terceiro trimestre venha abaixo do esperado ou o preço do minério recue, VALE3 pode passar por ajustes de curto prazo.
A empresa também lida com obrigações de reparação da Samarco, que continuam impactando o caixa em 2025, e com desafios logísticos e regulatórios em suas concessões ferroviárias.
Mesmo assim, a mineradora segue sendo vista como uma das companhias mais sólidas e previsíveis da B3, com forte geração de caixa e histórico consistente de remuneração aos acionistas.
Virada à vista para VALE3
A junção de melhoria operacional, corte de investimentos e perspectivas de fluxo de caixa elevado coloca a Vale em uma posição estratégica para retomar pagamentos bilionários aos acionistas em 2025.
Para investidores de longo prazo, VALE3 se reafirma como uma das ações mais rentáveis do mercado — equilibrando solidez, dividendos consistentes e potencial de valorização.
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