O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um dos investimentos mais conhecidos no Brasil, principalmente por quem busca segurança e rentabilidade maior que a poupança. Emitido pelos bancos, o CDB funciona de forma simples: você empresta dinheiro à instituição financeira, que o utiliza para conceder crédito e operações de financiamento, pagando juros em troca.
Em outras palavras, o investidor deixa de ser um tomador de crédito e passa a ser credor do banco, recebendo uma taxa de retorno pré-estabelecida. Esse é o primeiro passo para deixar de ser “classe média burra” — que deixa dinheiro parado na poupança — e se tornar parte da “classe média inteligente”, que faz o dinheiro trabalhar a seu favor.
Tipos de CDB: pré, pós e IPCA+
Existem três tipos principais de CDBs no mercado:
CDB Pré-fixado: a taxa de rentabilidade é definida no momento da aplicação. Por exemplo, 17% ao ano. O investidor já sabe quanto receberá no vencimento.
CDB Pós-fixado: o rendimento acompanha um índice, geralmente o CDI ou a Selic, variando conforme a taxa básica de juros do país.
CDB atrelado à inflação (IPCA+): soma uma taxa fixa com a variação da inflação, garantindo ganho real de poder de compra, ideal em períodos de alta inflacionária.
Saber escolher entre eles depende do cenário econômico. Em momentos de Selic alta, os CDBs pós-fixados costumam ser mais vantajosos. Já quando a taxa está em queda, o pré-fixado pode oferecer ganhos superiores.
Segurança: o papel do FGC na proteção do investidor
Um dos principais atrativos do CDB é sua segurança. Ele conta com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$ 250 mil por instituição financeira e até R$ 1 milhão por CPF a cada quatro anos.
Isso significa que, mesmo que o banco emissor do CDB quebre, o investidor tem direito a reaver o valor aplicado dentro desses limites. Essa garantia torna o CDB tão seguro quanto a poupança, com rentabilidade muito superior.
Vale lembrar que o risco do CDB está atrelado ao banco emissor, e não à corretora ou plataforma usada para investir. Ou seja, se você comprou um CDB do Banco Master pela XP, por exemplo, o risco é do Banco Master.
Impostos e liquidez: o que considerar antes de investir
Os rendimentos do CDB são tributados pelo Imposto de Renda regressivo, que começa em 22,5% (para investimentos de até 180 dias) e cai até 15% (para aplicações acima de 720 dias). O imposto é descontado automaticamente no resgate, sem necessidade de declaração manual.
Além disso, há o IOF, que incide sobre resgates feitos antes de 30 dias. Por isso, quem busca liquidez diária deve preferir CDBs que permitam resgate a qualquer momento, embora o Tesouro Selic ainda ofereça mais flexibilidade.
Como escolher o melhor CDB e evitar armadilhas
Antes de aplicar, é essencial comparar o rendimento do CDB com outros investimentos de renda fixa, como o Tesouro Direto.
Se o CDB paga menos que o Tesouro, você está financiando o lucro do banco, e não o seu.
Outro ponto importante é desconfiar de CDBs com rentabilidades exageradas, como 200% do CDI, geralmente limitados a pequenos valores promocionais ou com condições específicas. Nesses casos, o ganho real costuma ser menor devido a tributos e restrições.
Para aplicações maiores, é recomendável diversificar entre bancos e respeitar o limite de R$ 250 mil por instituição para manter a proteção do FGC. Já os CDBs de bancos grandes (Itaú, Bradesco, Santander, Caixa, Banco do Brasil, BTG Pactual, Nubank) são considerados de baixo risco sistêmico, já que o governo interviria para evitar uma quebra.
Quando o CDB vence a poupança e o Tesouro Direto
A poupança, historicamente, rende menos que o CDB e o Tesouro Selic. Enquanto a poupança paga cerca de 70% da Selic + TR, um bom CDB pode render 110% a 120% do CDI, e ainda contar com a mesma segurança.
O Tesouro Direto, por outro lado, é mais indicado para quem quer flexibilidade e segurança total, já que o risco é do governo federal. O CDB, porém, pode superar a rentabilidade do Tesouro em determinadas condições de mercado.
O caminho da classe média inteligente
Entender o funcionamento dos CDBs é o primeiro passo para investir de forma racional. Eles permitem ao investidor construir uma reserva de emergência sólida, obter rendimento superior à poupança e, com planejamento, atingir a liberdade financeira.
Ao diversificar prazos e emissores, comparar rentabilidades e respeitar os limites do FGC, o brasileiro comum deixa de ser refém dos baixos juros e passa a usar o sistema bancário a seu favor, transformando-se, de fato, em um investidor inteligente.
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