Após vender sua operação de varejo no Brasil há oito anos, o HSBC volta a registrar um crescimento expressivo no país, com o lucro antes dos impostos quase dobrados no último ano, alcançando US$ 100 milhões. A receita também apresentou um salto de 35%, impulsionado por uma injeção de R$ 500 milhões realizada pela controladora, conforme explicou Alexandre Guiao, CEO do HSBC Brasil. A expectativa do banco é continuar expandindo, com projeções de aumento adicional de 15% na receita em 2024.
A injeção de capital faz parte de uma estratégia global do HSBC de reestruturação e otimização de custos, encabeçada pelo CEO global Georges Elhedery, que busca reduzir despesas e concentrar os negócios em áreas estratégicas. No Brasil, o foco está nos segmentos de grandes corporações e bancos de investimento, priorizando transações internacionais, fusões e aquisições, além de operações de financiamento comercial.
O HSBC, que já vendeu sua unidade de varejo ao Bradesco por US$ 5,2 bilhões em 2016, hoje opera com 190 funcionários no país, oferecendo serviços de gestão de caixa, mercado de capitais, câmbio e derivativos. A empresa mantém ainda uma presença forte no financiamento de transações internacionais, com foco especial em clientes com operações em múltiplos países.
Entre as operações mais recentes do banco estão a assessoria à Vale SA em uma venda de participação na Indonésia e a estruturação de um título de reflorestamento na Amazônia, financiado por um valor de US$ 200 milhões. Além disso, o HSBC também ganhou um mandato para estruturar um Panda Bond de 1,2 bilhão de renminbis (US$ 171 milhões) para a Suzano SA.
Segundo Guiao, o Brasil se mantém como um mercado atraente para o HSBC, especialmente por sua conectividade global e pelas relações comerciais estratégicas com países como China e Estados Unidos. O executivo também elogiou a política internacional adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando a capacidade do país de manter boas relações com os dois gigantes econômicos.
Apesar do crescimento, o HSBC não tem planos de retorno ao segmento de varejo no Brasil, permanecendo focado em seu nicho corporativo e de grandes investimentos.
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