O mercado brasileiro de commodities e ações iniciou o pregão desta quinta-feira com forte pressão negativa: o preço do minério de ferro recuou cerca de 0,2% a 0,3% nos contratos físicos e futuros, marcando o terceiro dia consecutivo de queda.
Ainda assim, ao longo da manhã, as mineradoras reagiram com força: as ações da Vale (VALE3), CSN Mineração (CMIN3) e USIMINAS reverteram parte das perdas iniciais, impulsionadas por expectativas positivas de dividendos, fluxo estrangeiro e cenário favorável para resultados no terceiro trimestre.
Queda do minério de ferro: causas e efeitos
O preço de referência do minério de ferro 62% Fe fechou próximo a US$ 107,70 por tonelada, retraindo cerca de 0,23%.
Entre os fatores que pressionaram o mercado, destacam-se a realização de lucros e preocupações sobre desaceleração na demanda chinesa por aço, principal consumidor da commodity.
Analistas alertam que o maior nível de estoques de aço na China e ajuste na produção siderúrgica podem limitar novas altas neste curto prazo.
Reações das mineradoras e expectativas para a Vale
Apesar da abertura negativa, as mineradoras conseguiram virar o jogo. A Vale, que já foi mencionada por analistas como potencial destaque no 3T25, voltou a atrair demanda entre investidores.
O BTG Pactual reforçou que a Vale pode anunciar dividendos extraordinários, diante da resiliência dos preços do minério de ferro e da boa geração de caixa esperada pela companhia.
Instituições como o Bank of America e o Itaú BBA preveem que VALE3 deverá entregar performance superior em margem e Ebitda no trimestre.
A XP estima que no 3T25 a Vale possa registrar receita de US$ 10,2 bilhões e Ebitda de US$ 4,2 bilhões, com potencial de “surpresa positiva” para o mercado.
Outras ações sob vigilância
CSN Mineração (CMIN3) chamou atenção por fechar próximo da máxima do dia após recuo inicial. O mercado vê potencial de continuidade ascendente.
USIMINAS também se destaca em movimentos técnicos, com observadores atentos ao rompimento de resistências.
Nos bancos, o Banco do Brasil e BB Seguridade têm seus balanços e previsões monitorados, em vista de resultados estáveis mesmo em cenário volátil.
No setor elétrico e de energia, empresas como Eletrobras, Neoenergia e Copasa mantêm foco entre investidores interessados em dividendos e regulação de tarifas.
Fatores de atenção para o mercado
Agenda macroeconômica: às 9h, será divulgado o IBC-Br (prévia mensal do PIB), indicador que pode sacudir o mercado.
Divisas & câmbio: o dólar oscilou entre R$ 5,44 e R$ 5,47, impactando diretamente empresas com receitas ou dívidas dolarizadas.
Política externa e tarifas: o posicionamento do Brasil junto aos EUA, especialmente em negociações tarifárias e acordos comerciais, ganha relevância para empresas exportadoras.
Resultados corporativos e dividendos: companhias com datas com (“ex-dividendos”) ou previsão de distribuição hoje despertam atenção especial.
Fluxo estrangeiro: há sinais de que investidores estrangeiros interromperam vendas e retornam a buscar exposição na bolsa brasileira.
A sessão desta quinta-feira revela o caráter volátil e reativo dos mercados de commodities e ações associadas. Mesmo com queda inicial do minério de ferro, o mercado acionário de mineração demonstrou resiliência frente às expectativas e ao comportamento dos investidores.
Para o investidor, o cenário sugere cautela e oportunidade: observar com atenção a divulgação dos resultados do 3T25, o comportamento dos preços do minério e possíveis anúncios de dividendos será essencial para decidir posicionamentos de curto e médio prazo.
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