A entrada da Geração Z no mercado de trabalho se tornou um dos desafios mais marcantes de 2025. Mesmo com diploma em mãos, milhões de jovens enfrentam um cenário de contratações congeladas, demissões crescentes e uma mudança estrutural impulsionada pelo avanço acelerado da inteligência artificial (IA).
Segundo dados exclusivos apresentados pela CNBC, 2 milhões de estudantes se formaram em 2025, mas apenas 30% conseguiram emprego até o momento. A situação se agrava porque o mercado de trabalho — que historicamente absorvia iniciantes rapidamente — está praticamente parado.
O que está travando o mercado de trabalho para a Geração Z?
Diversos fatores explicam o congelamento:
1. Contratação excessiva no pós-pandemia
Entre 2021 e 2022, empresas contrataram acima do necessário, prevendo um crescimento econômico que não se confirmou.
2. Aumento de custos e pressão inflacionária
Custos trabalhistas e operacionais cresceram, reduzindo orçamento para novas vagas.
3. IA como fator de substituição indireta
Não se trata apenas de “robôs tirando empregos”, mas de empresas usando IA para adiar contratações enquanto reorganizam seus modelos de produção.
4. Uso estratégico da IA em pequenas empresas
Ferramentas inteligentes preenchem lacunas de produtividade, permitindo que empresas posterguem a entrada de novos profissionais.
Indicadores que explicam o colapso de vagas
Tabela — O Mercado de Trabalho para Iniciantes em 2024 x 2025
| Indicador | 2024 | 2025 | Variação |
|---|---|---|---|
| Contratação de iniciantes | 7% | 4–5% | ↓ Queda acentuada |
| Jovens empregados ao formar | 45% | 30% | ↓ -15 p.p. |
| Demissões (jan–out) | 780 mil | +1 milhão | ↑ Nível mais alto desde pandemia |
| Desemprego recém-formados | 6,1% | 9,7% | ↑ Crescimento expressivo |
Relatos que ilustram uma geração travada
Ashley, 23 anos — formada, mas vendendo ferramentas no varejo
Mesmo com diploma em marketing e negócios, Ashley passou meses sem conseguir vaga na sua área. A única oportunidade encontrada foi no varejo, ganhando US$ 5/hora.
Depois de tentar migrar para hotelaria, foi demitida novamente. Hoje, segue procurando emprego e afirma que metade da sua turma está desempregada.
Chris, 25 anos — diploma em gestão, mas virou eletricista
Sem vagas corporativas na faixa salarial desejada, Chris buscou a área técnica e hoje atua como eletricista, ganhando US$ 72 mil por ano.
Ele relata que muitos colegas também migraram para profissões técnicas por maior estabilidade.
Profissões técnicas ganham força entre jovens
A dificuldade no mercado está levando parte da Geração Z a migrar para carreiras como:
Eletricista
Encanador
Técnico em construção civil
Auxiliar de saúde domiciliar
Desenvolvedor de software
O Departamento de Estatísticas Trabalhistas prevê 77 mil novas vagas para eletricistas nos próximos 10 anos, impulsionadas principalmente pela expansão dos veículos elétricos.
O papel real da IA na crise de contratações
Apesar do medo de substituição direta, economistas explicam que a IA está criando um efeito de pausa estratégica:
Empresas mantêm equipes menores por mais tempo
Fluxos de trabalho são automatizados parcialmente
Novas contratações são reavaliadas conforme a tecnologia avança
A boa notícia
O setor de tecnologia está recontratando, especialmente empresas ligadas ao desenvolvimento de ferramentas de IA em São Francisco e San José.
Quando o mercado deve melhorar?
Economistas afirmam que a melhora depende de:
Redução das taxas de juros pelo Federal Reserve
Estímulo econômico
Reestruturação dos setores que mais contrataram na pandemia
A previsão mais cautelosa sugere que o cenário atual continuará por mais alguns meses, mas há sinais positivos à medida que empresas retomam planos de crescimento.
Diploma ainda vale a pena? Especialistas respondem
Apesar das dificuldades, tanto Ashley quanto Chris afirmam não se arrepender dos estudos. Eles destacam que:
O diploma ainda abre portas
Habilidades de pensamento crítico e comunicação continuam essenciais
A maior vantagem no futuro será saber usar e gerenciar IA, e não competi-la
A Geração Z está entrando no mercado de trabalho em um dos momentos mais turbulentos das últimas décadas. Com contratações congeladas, IA avançando e empresas redimensionando suas estruturas, muitos jovens precisam repensar expectativas, buscar novas qualificações e, em alguns casos, migrar para áreas técnicas.
A transformação é profunda — e deve moldar toda uma geração.
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