Como investir durante a alta da selic: setores e ações indicadas por especialistas

Em momentos de incerteza econômica, como o aumento da taxa Selic, muitos investidores se perguntam quais estratégias podem proteger melhor o seu capital. A elevação dos juros costuma impactar diretamente a bolsa de valores, fundos imobiliários e outros investimentos de risco, deixando os investidores preocupados. No entanto, alguns setores se destacam pela resiliência e são recomendados por especialistas para períodos de alta de juros. Vamos entender como investir durante a alta da Selic e quais áreas podem ser mais vantajosas nesse cenário.

A Relação Entre a Selic e o Mercado de Ações

A recente queda da bolsa de valores tem ligação direta com o aumento da taxa Selic. Quando os juros sobem, o custo de crédito aumenta, desestimulando o consumo e impactando negativamente o faturamento das empresas, principalmente em setores mais dependentes de financiamento. Fundos imobiliários, ações de empresas cíclicas, como as dos setores de varejo e construção civil, tendem a sofrer nesse cenário.

A alta dos juros também afeta a precificação dos ativos, como ações e fundos imobiliários, que acabam tendo seus valores corrigidos para baixo. Isso gera volatilidade no mercado e aumenta a cautela dos investidores.

Setores Recomendados para Investir na Alta da Selic

Enquanto muitos setores são prejudicados pela alta dos juros, outros conseguem se destacar pela sua natureza mais defensiva. Veja os setores que especialistas recomendam para momentos de alta da Selic:

1. Energia

O setor de energia é visto como um dos mais seguros em períodos de alta dos juros. Empresas de energia, como a Taesa, se destacam pela capacidade de gerar receita constante, mesmo em tempos de crise. Isso ocorre porque a demanda por eletricidade tende a ser estável, independentemente do ciclo econômico. Além disso, muitas dessas empresas são boas pagadoras de dividendos, o que atrai investidores em busca de renda passiva.

2. Saneamento

Outro setor resiliente é o de saneamento. Empresas como a Sabesp, que foi privatizada recentemente, mostram potencial de crescimento, especialmente com a injeção de recursos do setor privado. Mesmo que não sejam grandes pagadoras de dividendos no momento, essas empresas têm perspectivas de longo prazo positivas, principalmente pela constante demanda por serviços de água e esgoto.

3. Bancos e Instituições Financeiras

O setor bancário sempre se beneficia de períodos de alta da Selic, pois as instituições financeiras ganham com o aumento das taxas de juros aplicadas aos empréstimos. O Banco do Brasil é um exemplo de banco que, mesmo sendo estatal, tem apresentado lucros robustos e uma carteira de crédito crescente, mesmo em um ambiente econômico desafiador. Além disso, o banco tem sido um forte pagador de dividendos, o que o torna atraente para investidores de longo prazo.

4. Seguros e Previdência

O mercado de seguros no Brasil ainda está em crescimento, o que faz com que empresas como a BB Seguridade sejam vistas com bons olhos pelos analistas. Com um grande potencial de expansão, principalmente no seguro de vida e residencial, a BB Seguridade é uma das maiores pagadoras de dividendos do país, sendo uma excelente opção para quem busca estabilidade e renda passiva.

O Que Evitar ao Investir Durante a Alta da Selic

Enquanto alguns setores são indicados, outros demandam mais cautela. Empresas dos setores de turismo, vestuário, agronegócio e construção civil costumam sofrer mais durante períodos de alta dos juros. Isso ocorre porque são segmentos que dependem diretamente do consumo e do crédito acessível, que ficam mais escassos com os juros elevados.

Além disso, a aviação é um setor que, tradicionalmente, enfrenta grandes desafios, como o aumento do custo do combustível em momentos de alta do petróleo e a queda na demanda por viagens em tempos de crise. Para muitos especialistas, o setor aéreo no Brasil é um mercado de risco elevado, mesmo em momentos de estabilidade econômica.

A alta da Selic pode representar um desafio para os investidores, mas também uma oportunidade para ajustar a carteira e focar em setores mais defensivos e resilientes. Empresas de energia, saneamento, bancos e seguradoras se destacam por oferecer maior proteção ao capital e dividendos atraentes, mesmo em momentos de crise.

Antes de investir, é essencial estudar o mercado e entender as dinâmicas de cada setor. Além disso, manter uma visão de longo prazo pode ser a melhor estratégia para atravessar períodos de incerteza econômica.